Engraçado como tudo nessa minha gravidez foi diferente. Mal descobri que estava gravida e já estou aqui na reta final. Nessas 38 semanas, se eu colocar na balança, tive muito poucos incômodos e pra falar a verdade, acho que aprendi a lidar com eles de forma mais natural. Talvez isso tenha feito toda a diferença! Eu senti desconforto, náuseas e insônia sim, reclamei algumas vezes sim, afinal sou humana! Mas isso não fez essa, deixar de ser uma gestação muito tranquila e gostosa. Tão tranquila que em certas situações até me esquecia que estava grávida!!! Não vi o tempo passar e muitas vezes me sinto culpada por não ter curtido mais esses nove meses… Já sinto uma saudade antecipada do barrigão e dos movimentos do meu pequeno dentro de mim!
Gravidez e Parto
Hoje tem sido cada vez mais natural a mulher optar por engravidar após os 30 anos, e eu no auge dos meus 34 esperando o terceiro filho, me senti lisonjeada ao receber o convite do programa Manhã Total, apresentado pela querida Patrícia Caetano na TV Paranaíba, filiada da Record, para contar um pouquinho de minha história.
A primeira gravidez
A gravidez na adolescência veio na mesma intensidade vulcânica como tudo da adolescência. Pela falta de maturidade acredito que perdi muita coisa e pela mesma falta de maturidade também ganhei muita coisa. Muita ajuda. Tive meu filho na casa dos meus pais, cercada de cuidados e apoio por todos os lados. Ele por sua vez, ganhou amor multiplicado em tempo integral sendo um pouco filho de todo mundo. O amor dos avós e de uma mãe que apesar de menina daria a vida a qualquer momento por aquele serzinho que a fez crescer do dia para a noite. Não sofri com os desconfortos da gravidez. Minha disposição e respostas à todas as mudanças que eu estava passando correspondiam fielmente aos meus 17 anos.
Mãe após os 30
Muita coisa mudou em minha segunda gravidez. Por desconhecer na prática qualquer incômodo de estar grávida, sempre julgava “moleza” quando via alguém se queixando de cansaço, fraqueza, dores, peso… dentre outras coisas que fazem parte do pacote. Nem preciso dizer o quanto paguei minha língua né? A disposição dos 17 já não era mais a mesma aos 32 quando engravidei pela segunda vez. Trabalhando fora, tendo uma casa e meus filhos sob minha responsabilidade, sem ninguém para passar a mão na minha cabeça!
Em compensação, com mais maturidade pude enxergar a maternidade com outros olhos. Com mais paciência, com um pouco mais de sabedoria e com um pouco mais de poesia. Viver esses dois momentos me tornou quem eu sou. Me possibilitou crescer e tem me ajudado a tentar ser uma mãe melhor a cada dia. Aprendendo com os erros e buscando meus acertos.
Posso afirmar com todas as letras que ser mãe após os 30 tem sido recompensador. A experiência que ganhamos com a idade só traz benefícios a maternidade.
Confesso que nessa terceira gravidez me sinto mais tranquila com essa questão de moda gestante. Talvez mais madura e menos encanada!
Na minha primeira gravidez, aos 17 anos, a grasna era curta e as opções disponíveis eram horrorosos vestidos floridos estilo capinha de botijão de gás, os quais me recusei a usar e passei minha gravidez inteira desfilando minhas calças bailarina de sempre (quem lembra?) e camisetas. Na verdade, a barriga demorou para aparecer, cresceu pouco e tudo colaborou para que as roupas não fossem um problema.
Na segunda gravidez, após 15 anos, vivendo tudo de novo como se fosse a primeira vez, tentei fazer tudo diferente e me dar o direito de vestir roupas de gestante, feitas exclusivamente para o momento. A barriga mal tinha apontado e lá estava eu com calças largas de elástico na cintura e batas frouxas que me deixavam ainda mais redonda. Além do mais, as compras se reverteram em um dinheiro investido para pouco uso, porque na metade da gravidez comecei a enjoar daquilo tudo e principalmente de me sentir maior do que eu realmente estava e fui dando meus pulos adaptando o que eu tinha ao que eu necessitava.
Usei muita regata como extensor por baixo de outras blusas larguinhas para não deixar a mostra o barrigão. Troquei o cós de duas calças jeans mais antigas por um novo de tecido elástico e elas ficaram pra lá de boas e por aí vai…
Minha preocupação nunca foi estar dentro da onda fashion, mas sim me sentir bem e nunca deixei de andar arrumadinha!!!
Bom, nessa terceira gravidez, até agora (quase parindo) não gastei nenhum centavo com roupas para gestante. Em primeiro lugar fui super abençoada por duas amigas (Sheila e Roberta) que tiveram filhos antes de mim, com suas roupas de gestante! Choveu bermudinha, bata e vestidinho na minha horta! rsrsrs… É gente, porque depois que o filho nasce o que a gente mais quer é nem ver mais calça com elástico e bata!
Bom, por sorte, não inchei e nem engordei horrores (juro que não sei como, porque eu tô literalmente enfiando o pé na jaca!)… No começo usei meus shorts mais larguinhos que me serviram fechados até outro dia. Aproveitei minhas calças do pós-parto da Elisa que não são de gravida, mas que comprei com numeração maior por causa do peso extra que eu ainda carregava. Pedi para minha avó fazer um recorte em “V” nas laterais e costurar com tecido elástico no cós de uma calça preta que amo e continuo usando minha queridinha. Aderi as camisas abertas com regata por baixo que ficam um charme principalmente se jogarmos um acessório bacana no pescoço. E, mesmo sem gostar muito (mas chega uma hora que não tem como fugir), me rendi às calças legging sempre tomando o cuidado de usar algo mais comprido para cobrir o bumbum…
Mas meu trunfo mesmo para o dia a dia, foi fazer das camisetas, agora modernamente chamadas de tees, minhas melhores amigas e maiores aliadas!
Aproveitando a onda fashion das tees com estampas descoladas uso as minhas que amo de paixão para cima e para baixo. As mais curtas com regata por baixo, as mais justas com bolero por cima. Sinto-me bem vestida tanto para o dia quanto para a noite no meu melhor estilo gravidinha feliz.
O melhor é que como são peças básicas elas não me cansam e sei que continuarei usando após o nascimento do meu pequeno rebento, da mesma forma.
Que a gravidez é uma fase linda na vida de qualquer mulher, ninguém pode negar. Que a mulher fica radiante, também não. O momento é de festa, todos estão contagiados com a chegada de um novo bebê… No entanto, vamos ser sinceras? Nem tudo são flores.
Hormônios a flor da pele, variação de humor, mudanças constantes no corpo, manchas na pele, peso extra, desconforto, cansaço, as roupas que não servem… Essas e outras coisinhas fazem parte do “pacote” e muitas vezes é difícil lidar com tudo isso sem deixar estremecer a auto-estima.
Particularmente eu amo estar gravida, mas também arco com todas as consequências dessas mudanças corporais e hormonais, como qualquer outra mulher. Tenho sim aqueles dias em que acordo inchada, sem roupa pra vestir, sem ânimo e o pior me sentindo feia e nada atraente.
Na fase final da gravidez tudo isso parece se agravar, pois justamente neste momento já existe um esgotamento físico e certas coisas podem virar um tormento. Ao longo de três gestações aprendi que a melhor forma de lidar com isso é com bom humor e uma dose de rímel a mais! rsrsrs..
Agora, uma coisa que realmente deu uma levantada na minha moral foi fazer umas fotos super diferentes nessa gestação. Quem me conhece sabe que eu sou extremamente apaixonada por fotografia. Para mim são registros que eternizam momentos únicos. Eu já tinha em mente fazer meu book de barrigão com uma fotógrafa daqui da minha cidade, a Lali Ribeiro, que vem fazendo um trabalho lindo, fotografando gestantes, bebês e famílias com muita sensibilidade.
Bom, quando entrei em contato com ela, literalmente juntamos “a fome com a vontade de comer”! Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela com sua mega sensibilidade de quem está acostumada a lidar com barrigudas de todos os tipos, me propôs um ensaio mais ousado e diferente daquilo que estamos acostumados a ver. A ideia era fazer umas fotos estilo capa de revista, com direito a produção e tudo mais. Obviamente que eu topei de cara!No grande dia eu estava eufórica. Para quem vive a maternidade e os cuidados com a casa em tempo integral, assim como eu, sabe quantas vezes deixamos nossa vaidade de lado em prol de estarmos sempre prontas para toda e qualquer necessidade de nossos pequenos.
E ali sob as lentes e criatividade única da Lali, encarnei “a modela” e tive meu dia de Diva, me sentindo linda, plena e glamurosa! Seu profissionalismo me deixou tão a vontade que o trabalho fluiu em uma energia mágica. O resultado, além de fotos lindas foi uma carga de auto-estima sem tamanho na mamãe barriguda que vos escreve.
– Lali Ribeiro que me surpreendeu em cada clique- Make, acessórios, cabelo, sapatos e figurino tudo preparado com muito carinho por minha amiga de infância e super produtora Janaina Carilli e sua assistente Naira.
– Minha amiga Néri Cândida dona da marca Mistress T-shirts que gentilmente nos cedeu lindas tees para serem usadas nas fotos
– Mimika _ Michele maquiadora de primeiríssima responsável pelo make
Informação é tudo! Deixar o parto acontecer também!
Logo que constatei que estava grávida, mesmo diante de toda a alegria do momento, vivi uns dias de uma nostalgia antecipada que me renderam algumas lágrimas. Não por causa da gravidez, mas por Elisa. Ao mesmo tempo em que eu estava imensamente feliz com a chegada de mais uma benção em nosso lar, olhava para minha pequena e achava que de alguma forma estava roubando algo dela. O colo, o tempo, a dedicação exclusiva. Era dolorido pensar no quanto ela ainda é um bebê e que talvez poderia vir a sofrer com todas as mudanças que estariam por vir, afinal, nesse tempo todo, desde o seu nascimento, nunca nos separamos, sempre fizemos tudo juntas, do acordar ao dormir. Só as duas. Em todas as tarefas do dia a dia, em tudo o que eu precisei fazer… Cumplicidade manhã, tarde e noite.
O medo e a culpa
Me preocupava a questão de como seria para minha menininha perder seu “reinado”… Tantas coisas passavam pela minha cabeça, principalmente o medo de não saber dividir a minha atenção de forma a atender meus filhos em todas as suas necessidades. Medo de que o cansaço, o desgaste físico e emocional e a falta de horas de sono dos primeiros meses após a chegada do Igor me deixem sem paciência e disposição para atendê-la como sempre fiz. Medo de que ela se sinta deixada, excluída, traída. Medo de cobrar da minha pequena posturas que ainda não são pertinentes a sua pouca idade, pelo simples fato de que agora ela já não será mais o bebê da casa. Medo de que ela sofra…
Mas a verdade é que quem estava sofrendo com aquilo era eu e eu precisava elaborar e trabalhar isso em mim…
Engraçado como é cabeça de mãe… Todos esses sentimentos também me inundaram durante a gravidez da Elisa. Meu mundo que era há tanto tempo tão azul por causa do Bê se tornaria rosa também. Como me dedicar integralmente a um bebê, tendo um adolescente para orientar e cuidar? Como seria lidar com essas fases tão distintas? E o amor? Eu conseguiria amar da mesma forma e intensidade aquele novo serzinho? Então Elisa nasceu e aprendi na prática que amor de mãe não se divide, pelo contrário, multiplica.
Me adaptando a nova vida
Obviamente o tempo se tornou mais dividido entre as necessidades tão diferentes dos dois, mas fui aprendendo a lidar com isso (entre erros e acertos), assim como eles. Sei que nessa adaptação exigi muito mais do meu mais velho, até pela idade dele, já que a pequena estava ali totalmente dependente de mim. Com o Bê, é diferente. Não existe mais entre nós uma relação de dependência e sim de parceria, amizade e compreensão, porém a vontade era poder estar pertinho dele o tempo todo e agir sempre com sabedoria e paciência diante de suas intempéries da adolescência (que graças a Deus são poucas e muito brandas). Sei também que ele sentiu isso de uma forma ou de outra, mesmo sendo praticamente um adulto e essa é uma culpa que nunca deixarei de carregar assim como tantas outras da maternidade, mas sinceramente não sei como poderia ter agido diferente.
Que mãe que não deseja ser a super mãe?
Aquela que nunca erra e que consegue com louvor exercer sua função, sem nunca falhar com nenhum de seus filhos mesmo que inconscientemente?
Eu sei que não sou a primeira e nem serei a última a passar por isso e por todas as experiências trocadas com outras mães e por minha própria experiência de ter um irmão mais novo, aprendi que no final tudo dá certo.
Como medidas paliativas, desde o início procurei participar a Elisa de tudo o que estava acontecendo, desde as mínimas mudanças, as consultas de pré-natal e exames de rotina até a escolha das roupinhas e itens para o quartinho. Sempre a explicando o propósito de tudo e mostrando o lado bom, alegre e divertido dessa nova fase. Conversamos muito sobre a chegada do Igor e respeito quando ela não está disposta a tocar no assunto e quer apenas ser o centro das atenções como sempre foi. Voltei para a terapia, que é para mim uma excelente válvula de escape, um tempo meu para por meus pensamentos em ordem. Além do que, fiz um pacto comigo mesma de não sucumbir ao cansaço físico da gestação e aproveitar ao máximo todo e qualquer tempo quando estamos só as duas para que ela não sinta minha “ausência” desde já. Nossos dias continuam sendo divertidos e cheios de atividades, procuro dar o colo de outras maneiras sempre que ela pede e na medida do possível tudo tem acontecido da melhor forma para nós. Confesso que me rendo a boas horas de sono e uma lerdeza sem fim quando o papai está conosco nos fins de semana, mas ainda assim procuro participar de todas as atividades que nos propomos em família.
As crianças se adaptam fácil, mas depende de como nós transmitimos as mudanças
Elisa tem se mostrado a melhor das irmãs. Não sei até que ponto ela compreende essa coisa da gravidez e do bebê dentro da barriga, mas ela já incluiu o Igor na nossa família, nas nossas orações, nas nossas atividades e isso me enche de emoção. Sua alegria e amor pelo irmão que cresce na barriga, seu zelo, seu cuidado, suas frases e brincadeiras espontâneas para o irmãozinho ainda nem nascido me mostram dia após dia que o meu medo bobo nunca passou de um medo bobo e que mesmo diante das dificuldades que possam vir a surgir, estaremos todos juntos rompendo as barreiras e construindo um lar feliz.
Hoje, quando vez ou outra, sinto-me preocupada antecipadamente, inundo meus pensamentos com toda a alegria que este pequenino presente de Deus trará para nossas vidas, colorindo nossos dias e preenchendo nossa casa. Penso nos momentos maravilhosos que esses três irmãos poderão desfrutar, no quanto aprenderão um com o outro mesmo estando em fases diferentes e no quanto me sinto agraciada por Deus em poder gerar, amar e cuidar de jóias tão preciosas.
Nessa última semana que antecedeu o dia das mães fui convidada para falar um pouquinho de maternidade e do que muda na vida depois que o bebê nasce, no programa Bem Viver exibido todo sábado na TV Integração, filiada da Rede Globo.
Fiquei muito feliz e honrada em participar! Obrigada a querida Monica Cunha pelo convite.
No inicio da matéria uma reportagem super interessante sobre o sono dos bebes e logo após o depoimento emocionado de quatro mamães, inclusive a mamãe que vos escreve!!! Para assistir clique AQUI