Educar não é fácil. Fato! Tantos são os nossos desafios na criação de nossos filhos. Além de nos preocuparmos com seus desenvolvimento físico, intelectual, emocional, também temos a grande responsabilidade de moldar o caráter de nossos pequenos para que se tornem homens e mulheres moralmente responsáveis que tenham capacidade para distinguir o certo do errado e o bem do mal. Isso não é dever do professor, da escola, da igreja, da babá. É única e exclusivamente dos pais.
Mas o que isso quer dizer?
Nada tem mais impacto na educação de uma criança do que o comportamento dos pais. Muito do que nossos filhos irão se “transformar” vem de nós. Dos nossos exemplos e daquilo que transmitimos a eles durante a infância.
Essa semana tive o privilégio de iniciar um curso da Universidade da Família e o primeiro capítulo já foi bem impactante para mim pois me fez refletir sobre muitas ações minhas e de meu esposo na criação de nossos filhos que precisamos mudar para contribuir de forma positiva na construção do caráter deles. E normalmente o erro está em coisas tão pequenas do nosso dia a dia que chegam a passar despercebidas.
Tudo começa com o exemplo
Antes de ensinar, lembre-se: você deve ser exemplo. Deve praticar aquilo que quer incutir no caráter de sua criança. Esse processo é uma relação de confiança e inclui vários fatores que encorajam a criança a se apropriar daquilo que ensinamos.
A construção do caráter deve ser algo constante. Deve fazer parte em primeiro lugar da vida dos pais, dos seus hábitos, da sua rotina, atitudes e condutas. Seja com bons exemplos ou não, nas grandes e nas pequenas coisas, os pais são a maior influência na vida dos filhos.
Não pense que seu filho aprenderá a dizer a verdade se você mesmo o pede para dizer que você não está quando o telefone toca. O ensinamento falado é importante, mas é principalmente vendo o que você faz e como você faz que seu filho aprenderá.
O que devemos levar em consideração?
É preciso compreender que todas as crianças são diferentes. Nem mesmo irmãos são iguais. Cada um tem sua personalidade, temperamento e seu tempo. Educar não é fácil e é extremamente importante reconhecermos a singularidade de cada filho, mas não usar isso como desculpas para evitarmos o trabalho de educá-los. Coisas do tipo: “Ah, menino é assim mesmo!”.
Devemos ter em mente que não é porque fulaninho é assim ou assado que deixaremos de ensinar princípios como bondade, auto-controle, humildade, perseverança, obediência, respeito e honestidade. A formação moral de uma criança independe desses fatores e deve ser ministrada para nossos filhos independente de gênero, temperamento ou personalidade.
É normal que nem todas as crianças aprendam na mesma velocidade e da mesma forma. Uns levarão mais tempo para compreender determinadas coisas e outros o farão já na primeira vez que ouvirem.
Moldando caráter
A construção do caráter de uma criança acontece quando eles interiorizam aquilo que temos ensinado com ações e palavras. Entendendo isso é importante não só educarmos nossos filhos para agirem moralmente, mas precisamos ensiná-los a pensar moralmente. Isso significa que devemos ensinar não só o que eles devem fazer mas por que devem fazer.
Quando explicamos a uma criança o por que ela deve agir de determinada maneira estamos ensinando não só a ação, mas o princípio. A partir dos três anos de idade a criança já consegue compreender o princípio moral que rege suas ações, por exemplo – Não deve bater no amiguinho porque irá machuca-lo. Dessa forma ele entenderá a razão moral de não fazer algo.
Precisamos compreender que o caráter dos nossos filhos é como uma semente que plantamos no coraçãozinho deles e a formação moral é progressiva.
São com pequenas atitudes no nosso dia a dia que vamos mostrando aos nossos filhos que eles não tem que fazer o que é certo para não serem repreendidos, mas compreenderem a importância de fazer o bem.