Que mãe nunca teve vontade de sair correndo sem olhar pra trás na hora que o circo tá pegando fogo? Pois é. Essa sou eu hoje!
O negócio aqui começou logo cedo. Igor e Elisa resolveram acordar juntos. Elisa já estava na minha cama, já que a moda por aqui é ir dormir com a mamãe no meio da noite. Peguei o Igor coloquei no peito e tentei negociar com a Elisa mais 5 minutinhos para eu ir preparar a mamadeira dela. Ela que tinha acordado um doce, não achou justo ter que esperar e começou a ladainha. Então lá fui eu preparar o leitinho da menina…
Levantei com o pequeno pendurado no peito e nessa me dei conta que estava muito, mas muito mesmo, apertada para fazer xixi. Não satisfeita, Elisa vem atrás chorando (na verdade, ultimamente isso não é um choro, é mais uma manha mesmo, do tipo gritada) dizendo que queria meu colo. Respirei fundo, respondi carinhosamente que naquele momento eu não conseguiria pegá-la, porque Igor estava mamando e eu precisava da outra não para a mamadeira. Nisso Igor já se sente incomodado com toda essa movimentação no momento da sua mamada e começa a resmungar… Ele de um lado, ela de outro. Um com o grave ligado no último volume e o outro com o agudo. Fiz mais que depressa a tal mamadeira e voltamos para a cama.
Cinco minutos de silêncio enquanto os dois estavam com suas bocas ocupadas e eu só pensando na minha vontade de fazer xixi. Os dois como que combinados acabam de mamar juntos. Levanto o “de menor” para arrotar enquanto a “de maior” começa outra sinfonia querendo ir para a sala assistir desenho e pra chamar atenção começa a pular na cama e se jogar em cima de mim é do irmão. Ainda consigo respirar e falar com certa delicadeza. Igor arrota. Vamos para a sala, ligo a TV para Elisa e volto para trocar o Igor. Mal o coloco no trocador, Elisa chega no quarto querendo que eu vá para a sala. Tento negociar e distraí-la para evitar um novo escândalo. Tiro a fralda do menino, estranho ter só um pingo de cocô. Abro a gaveta para pegar uma fralda nova enquanto seguro suas perninhas levantadas. Posição estratégica para???? Isso mesmo! Fazer cocô. Levo um jato amarelo. Tento conter o tsunami com a fralda. Em vão. Mais um jato.. e outro e outro… E no mais feio linguajar, foi merda pra todo lado. Elisa que assistia a tudo, ri da minha cara e sai gritando debochadamente: “o Idu fez um totozão na mamãe”.
Limpo tudo, troco o menininho, visto roupinha limpa, arranco a minha blusa suja do pijama, jogo no chão, levanto a criaturinha e ganho de presente uma golfada no meu cabelo. Olho para meu rebento e constato que o estrago foi feio. Volto para o trocador. Outra roupa e pronto. Menininho lindo e limpo de novo. Penso em ir me limpar e sinto um aroma de flores do campo #sóquenao…. Era Elisa que tinha feito seu número 2 matinal dessa vez.
Coloco o menininho no berço ao lado da cômoda e ele logo começa a reclamar querendo colo. Troco Elisa enquanto ela diz “não” para tudo, absolutamente tudo o que tento fazer. “Deixa eu te limpar. Não. Deixa eu tirar seu pijaminha. Não. Olha que roupa linda que vou te vestir. Não quero. Vem aqui para eu pentear seu cabelinho. Não…”… Elisa me olha desafiadoramente, como quem sabe o que está fazendo. Igor chorando no bercinho e eu pedindo pelo amor de Deus para ela colaborar. Nisso minha alma materna já estava ficando meio negra. Respiro fundo, mas minha voz já não sái tão mansa quanto antes. Minutos de luta. Consigo arrumar a criatura. Pego Igor o acalmo e o levo para a cadeirinha vibratória para tentar me organizar. Chamo Elisa, que está paralisada em frente a TV, para escovar os dentes. Escuto mais uns 10 nãos, até eu ir lá e levá-la pelas mãos. Escovo seus dentes enquanto faço xixi e aproveito para escovar os meus também. Elisa faz cocô de novo e lá vou eu trocá-la mais uma vez.
Consigo vestir uma roupa decente e me limpar. Preparo um cereal com bananas para tomar de café da manhã. Me sento no sofá ao lado de Elisa e ela se senta no meu colo querendo comer . Dou meu cereal para ela. Igor dá sinal de vida. Ponho ele no peito e com a outra mão continuo dando as colheradas para a pequena.
Meu pai chega, distrai Elisa enquanto tento fazer algumas coisas. Igor definitivamente hoje não estava fã do berço, nem do Moisés, nem da cadeirinha de descanso, nem do carrinho.. Dormia e quando eu o colocava em qualquer um desses lugares, ele chorava. Só queria colo e no colo ficou. Nessas horas a tal da chupetinha me ajuda a acalmá-lo.
O tempo passou que não vi. De repente era hora do almoço. Preparei o prato da Elisa que se sentou no cadeirão relutando. Fez pirraça para abrir a boca em todas as colheradas que ofereci. Eu dando comida a ela com o pequeno chorando no colo. Igor não queria peito, não queria chupeta, não queria que eu ficasse sentada. Sim, porque criança tem um dispositivo de choro para quando a gente se senta com eles. E ele que é sempre tão bonzinho, hoje me deu um baile. Mas é lógico, criança sente a tensão dos pais.
Enfim, male-male, dei a comida da menininha. A desci do cadeirão e ela começou a chorar me pedindo colo. Liguei a TV no desenho animado para ela. Preparei meu prato e me sentei a mesa. Igor no colo! Rá! Bora comer? Não!
Como hoje a bruxa tava solta aqui em casa, mal me sentei, Elisa resolveu invocar com o desenho que estava passando e pediu para eu por o Netflix. Olhei para ela fuzilando como quem não acredita que ela estava fazendo aquilo comigo.. Eu já estava p… da vida pra ser bem sincera. Tentei negociar e nada, então para evitar mais choradeira, fui lá ligar o treco. O trosso tava fora do ar. Tentei voltar para o desenho na Discovery e a TV a cabo também saiu do ar nessa hora. Legal né? Parou por ai? Claro que não, já que a mamãe aqui teve a brilhante ideia de ligar o ipad para entreter a menininha e poder almoçar e o breguete tava sem bateria. Resultado? Elisa se aproveitou da situação e abriu mais ainda o berreiro. Não há nada que me tire mais do sério do que esse choro gritado de birra. (paga língua Sabrina, paga!!!). Em contra-partida dei uma bronca gigante na menina para ela parar com aquilo e me matei por dentro. Perdi minha razão e acumulei mais alguns quilos de culpa na minha “carcunda”.
Chora Elisa. Chora Igor e aquilo mais parecia uma competição de quem chorava mais. E Elisa chorava ainda mais alto cada vez que eu tentava acalmar o Igor. Por fim, abri o berreiro também.
A pessoa sem dormir e sem comer não funciona meu povo!!! Não há santo que agüente. É tenso! Desabei.
Larguei prato na mesa. Nessa altura eu já nem tinha fome mais. Só raiva mesmo. É gente! Mãe também sente raiva. Não é raiva dos filhos, é da situação. Da falta de controle. Da falta de braços para conseguir fazer tudo. De não suprir a necessidade dos filhos com excelência…
Hoje Elisa realmente estava mais carente do que nunca. Tentando chamar minha atenção da pior forma possível e me deixando louca. Ao mesmo tempo que sinto meu sangue subir com isso, sinto uma dor no coração de ver minha menininha assim.. Até onde posso mudar isso e como? É ciúme? O que tenho feito de errado? Como lidar melhor com isso? Tenho me desdobrado para não deixá-la sem atenção…
Mais uma vez respirei fundo, buscando domínio próprio. Já eram 14:30. Como assim? Fiz uma mamadeira para Elisa e fomos os três para meu quarto. Ali na minha cama eu podia dar carinho aos dois. Igor adormeceu finalmente. Elisa pulou na minha cabeça até apagar e quem olha a cena dos dois quietinhos dormindo com os anjinhos não imagina o quanto eu penei hoje. Olhei a cena e amarguei um choro doído…
Escrevendo este post me lembrei de alguns e-mails que recebi de mães me pedindo dicas de como lidar com mais leveza com a maternidade. O que posso dizer? Um dia de cada vez… Nem sempre aquilo que transparece é o que acontece em 100% do tempo. Eu também perco as rédeas, perco o chão, perco a paciência. Sou humana como qualquer outra mãe e é natural que isso aconteça. Não é o que desejo que seja e por isso carrego culpa e remorso. Mas passa.
Depois da tempestade sempre vem a bonança! Nada que um sorriso deles não me faça esquecer tudo em poucos minutos!
Só peço a Deus que continue me dando sabedoria e força para ser a melhor mãe que eu puder ser…
5 comments
Pode crer amiga .. já senti várias vezes isso … vontade louca de sair correndo e deixar tudo e todos para traz .. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk … mas não podemos né
Ainda bem que tudo volta logo ao normal e a vida continua .. porém tem dias que não é nada fácil … hehehe
Bjs pra vcs …
Roberta e Luma
http://princesaluma.blogspot.com.br/
motivosparaestareserfeliz.blogspot.com.br
Sá, agora acabei de ler o post completo. E repito, a parte do cocô seguido do vômito é realmente engraçada. Mas porque não é comigo, e me coloco no seu lugar e imagino que não deve estar sendo fácil mesmo.
Vc já pensou em se adaptar ao sling? Eu comprei aquele bebê colim da kelly e achei ele muito bom. De repente, dá pra vc conciliar o colo do Igor e brincar de pique e pega com a Elisa, algo do tipo… acalma o "de menor" pelo movimento e distrai a "de maior" com a brincadeira. Outras coisas podem te ajudar… grave um dvd com os desenhos preferidos dela, pra não correr o risco de não estar passando. Por aqui é Dora, Umizoomi, e Bublle Guppie, NÃO PODE FALTAR. Nos momentos de crise é o que ajuda! Umas caixas sensoriais, com algumas coisas interessantes para vc usar na hora da mamada podem ser bem úteis.
Agora falando como psicóloga, que inevitavelmente sou, realmente a Elisa quer sua atenção. Dá pra ver no seu relato como ela de fato tenta chamar sua atenção de todas as formas. E criança é assim, se não consegue chamar atenção de uma forma positiva, vai tentar chamar de outra. Acho que se na hora do cocô, qndo ela tivesse zoado de vc, vc tivesse dado uma corrida atrás dela, fingindo que ia sujar ela de cocô, as coisas teriam ficado na gargalhada e não teria chegado no estopim. Talvez, colocar ela no meio da troca de fraldas, a faça se sentir mais perto de vc. Fazer dela sua assistente, sabe? Coloca a fraldas, lenço, pomada, dentro de uma caixinha, e peça pra ela ir te entregando.
Bom, não sei se vc já tentou tudo isso por aí, o conselho é de uma mãe que tem um na barriga e outro fora, é mais fácil dar pitacos! Os três meses já são de adaptação pra um filho, dois então, em breve saberei como é!
Força minha amiga… mãe realmente fica brava, perde a paciência. Mas porque mãe é humana, e na verdade, mãe no puerpério é mesmo o ápice da humanidade. Turbilhão de hormônios, normal dar uns gritos de vez em qndo. As coisas devem ter o tamanho do que elas tem, não coloque mais cargas do que vc já possui. Aos poucos as coisas irão se ajeitar, e vc certamente ainda vai ler dessa história do cocô como eu ri! hahaha
Adoro vc!
Beeeijos
Minha linda quando li esse post que fiz questao de parar tudo e ler com atenção, lembrei dos meus dias de furia, de choro a cada manha qaundo o Felipe saia pra trabalhar e eu sabia que soh voltaria após meia noite, ele sem saber o que fazer e eu chorava com uma dor de ME AJUDE!! Mas tb sei que nada que eu escreva ira te ajudar nesse momento, lembro me qdo alguem me dizia: Passa rapido, vc vai ver em 2 anos tudo estara melhor..e eu? 2 anossssss mas eh muiito tempo…eh sim muito tempo, mas te digo flor passa mesmo, rapido e daqui menos de 2 anos a minha Valentina ira completar 2 anos, vejo ela e o Pedro andando de mãos dadas, brincando, dando beijos e abraços e nao tem conforto maior que isso..demorou sim, foi dificil sim, mas consegui e vc vai tirar de letra, eu tive na epoca a excelnte ideia de coloca lo numa escolinha pra brincar por 3 horinhas e isso ajudou demais! Talvez isso possa te ajudar..bjs
Estou grávida, meu bebê vai nascer em Jan, quando minha outra bebê terá 1 ano e 6 meses… deu um medoooo agora… kkkkk
Sabrina, visitando seu blog pela primeira vez e me deparo com esse texto q mais parece q foi escrito por mim de tao identica a situaçao aqui em casa. isso acontece TODOS os dias, chora um, chora o outro.
rafaella tem 2 anos e 3 meses
isaac tem 5 meses
todos os dias sinto culpa, escrevi justamente isso outro dia no meu face…
e dificil lidar com toda essa situaçao, eu desabo tbm…choro, quase todos os dias.
vou te seguir.
docelardaluly.blogspot.com