As vezes me pego pensando em que lembranças meus filhos terão de mim quando crescerem?
Estamos não só criando e educando filhos, mas também construindo memórias… Você já parou para pensar nisso?
Que lembranças meus filhos terão de mim?
Se lembrarão das brincadeiras sentados no chão comigo? Dos beijos, tantas vezes sufocantes que eu dou? Das vezes em que dançamos no meio da sala ou que fiz ️graças ridículas para eles pararem de chorar? Se lembrarão das vezes que perdi a paciência, das broncas, da minha rigidez? Se lembrarão de dormirmos todos juntos na mesma cama, dos banhos cheios de brincadeiras, de cantarmos música alta no carro?
Se lembrarão da pressa, dos nãos, dos momentos em que perdi a cabeça por pouca coisa? Será que lá na frente essas lembranças terão um cheiro, um gosto especial?
Quais são as lembranças que eu quero que eles tenham de mim? Eles crescerão e inevitavelmente se lembrarão muito pouco desse tempo. Eu gostaria de ter mais lembranças da minha infância…. Eu me lembro da minha mãe recortando roupinhas de papel comigo ainda pequena, lembro dos nossos passeios no parque de diversões, no clube, lembro das correções, da correria, ela me ensinando as letras, arrancando meus dentinhos de leite…. Mas eu queria lembrar mais…
Por que as coisas têm que ir se apagando de nós com o tempo?
Por que o tempo faz isso com a gente? Hoje pensando no quanto disso que vivemos com nossos filhos se perde com o tempo eu chorei. Chorei por mim, chorei por eles… Chorei pela ingratidão desse tempo que tão depressa passa…
As vezes eu penso no quanto eu ainda sentirei saudades desse tempo e mais uma vez me pesam a culpa e o medo. A culpa por nem sempre ser a mãe que eu gostaria de ser e o medo de não ter sabedoria suficiente para desfrutar de cada momento.
Lateja em meu peito o temor de um dia não ter mais esses sorrisos que encantam e colorem cada um dos meus dias e que mãe não tem esse medo? Quão impotente somos diante do mundo…. E é nessa falta de controle que me sinto o mais pequeninos dos seres ao mesmo tempo em que cresço na fé.
A vontade de eternizar cada momento é que me faz compreender a riqueza dos segundos
Como mãe eu me lapido… Minha construção é diária. Nasço, morro, renasço…
Que eu jamais me perca em coisas sem importância e deixe de dar a atenção que meus filhos precisam. A casa pode esperar. Os problemas não deixam de existir. A pressa não me levará a lugar algum…
Que meus olhos possam transmitir o amor que transborda em meu peito mesmo quando minhas palavras precisarem ser mais duras ou quando meu esgotamento roubar minha paciência. Não há nada neste mundo que valha mais que ver o brilho no olho de um filho…
E que me perca apenas em beijos molhados, risadas sinceras e abraços demorados ao som de “uuuuuuupa”
Que saibamos sempre aproveitar cada instante com sabedoria e leveza. Enquanto o “lá na frente” não chega, crie para você e para seus filhos as melhores lembranças…
1 comment
Parabéns pelo post…apesar de tudo ser mãe é uma eterna culpa, por mais esforço que nos fazemos, a gente sempre acha que poderia tb ter estado mais presente na vida deles.
Achei seu blog através de um outro blog que acompanho, parabéns e sucesso!
http://www.cotidianomaterno.com